Governador Ratinho Júnior em gesto infantil demite o secretário de segurança
“O Ratinho não teve a hombridade de sequer ter falado comigo o motivo da minha saída", denuncia o ex-secretário.
Por Valdir Cruz, Jornalista:
Mesquita: o homem apunhalado
pelo governador Ratinho Júnior
A troca de secretário de Segurança no Paraná, no fim de 2022, não foi só um ato de rotina administrativa. Muito mais que isso. Teve ingerências políticas, futricas palacianas e incompetência gerencial.
Wagner Mesquita, o secretário que saiu, é um daqueles homens sinceros que tanta falta fazem numa estrutura dominada por gente bajuladora e incompetente.
A sua saída causou racha na segurança e mágoas sem consolo. "O Ratinho não teve a hombridade de sequer ter falado comigo o motivo da minha saída", disse. "Eu reputo que tenha sido devido à minha insatisfação na ingerência política da Casa Civil na pasta, principalmente no DEPEN e Polícia Civil".
APUNHALADO
Fora do governo, Mesquita deseja se afastar para o mais longe possível do Palácio Iguaçu. "Eu, particularmente, só quero distância de agora em diante. Confiei demais no governador e me senti traído pelo Ratinho. Briguei pelo governo dele, e em vez de me apoiar, me apunhalou por defendê-lo dos seus péssimos conselheiros."
Delegado da Polícia Federal, Wagner Mesquita é o tipo de policial que vai à luta em defesa dos policiais. Isso fez dele, um líder na categoria.
Profissional competente e correto, já foi convidado para exercer diversos cargos no governo federal. No Paraná, foi Secretário da Segurança, no governo Beto Richa, e ocupou, no início do governo Ratinho, a direção do Detran.
Quando o governador foi acuado pelos protestos dos policiais civis insatisfeitos com o salário e condições de trabalho, promoveu Mesquita a secretário de Segurança.
Hábil negociador, ele logo conteve a ira dos policiais. Isso num ano eleitoral.
Com a Polícia Militar ocupando muitos cargos no Palácio Iguaçu, e com assessores despreparados, as intrigas se voltaram contra Mesquita.
Os dossiês correm solto. E isso deixa o governador na mão de todo tipo de assessores e conselheiros, que têm interesses específicos. "Prefiro sindicâncias para atos de imrobidade", diz Mesquita.
A militarização da Sesp causou revolta nos policiais civis, que ameaçam com a volta dos protestos e até com greve. Ou seja: a segurança estadual pode virar um caos.
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