Até o final dos anos 90, Cascavel e toda Região Oeste, eram preteridas, desprezadas pelos governos federal e estadual. Os investimentos nas áreas social e de infraestrutura chegavam de forma substancial nas regiões norte, noroeste, sul e minguavam no oeste, que mesmo com todas as dificuldades e falta de apoio, se consolidava em celeiro de produção de alimentos. Para citar apenas um exemplo de esquecimento de Cascavel e região por parte dos governos central e estadual durante décadas, entre tantos outros, basta olhar para as duplicações de rodovias nas regiões de Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Curitiba e litoral que foram construídas há 15/20 anos, enquanto a BR 277, corredor que liga o Paraná e o Brasil, através de Foz do Iguaçu, segundo maior polo turístico do país a América do Sul, ao porto de Paranaguá e demais regiões, passando por dezenas de municípios e Cascavel, cujo o volume de produção agrícola é extraordinário ainda não teve sua duplicação concluída entre as três fronteiras e no mínimo até Guarapuava. Uma vergonha !

O advogado, empresário e ex-deputado federal Edi Siliprandi, nas décadas de 60/70/80 e 90, enxergou a frente do seu tempo e observou naquela época que o Estado do Iguaçu, já mapeado e delimitado no passado, seria a salvação das regiões mais esquecidas do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Nos anos 80 o movimento separatista liderado pelo advogado Edi Siliprandi, se fortaleceu e ganhou uma legião de militantes e simpatizantes em todas as cidades que fariam parte do novo estado. Como apresentador e repórter da TV Tarobá e Rádio Colmeia, fui o único homem de comunicação na época  a enfrentar ao lado do líder e amigo Edi Siliprandi a oposição implacável ao projeto de criação do novo estado. Todos que empunhavam essa bandeira e sonhavam com independência, respeito, investimentos condizentes com as potencialidades de todas essas cidades que compreendiam o Estado do Iguaçu, responderam nas urnas elegendo em 1989 o líder maior da bandeira pelo Iguaçu, Edi Siliprandi, a deputado federal. Já em 28 de novembro de 1991, o então deputado deu entrada na Câmara Federal ao projeto 141/91, que propunha a realização de plebiscito para a criação do Estado do Iguaçu.
Não conseguimos aprovar o plebicito, mas com certeza, após essa batalha travada os governantes passaram a prestar mais atenção e a carrear mais recursos as regiões oeste e sudoeste.
Parabéns Edi Siliprandi (In memória) e a todos que lutaram e continuar lutando por Cascavel e por todos os municípios que fazem parte do “Estado do Iguaçu”.